terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Resoluções


Querido Diário,

Feliz Ano novo para nós dois!!!!! Que este ano eu consiga cumprir metade das metas que planejei em minha lista de "resoluções para 2008" ... será uma tremenda vitória.

Como não poderia deixar de ser, hoje sinto vontade de falar sobre renascimentos e recomeços. É a síndrome do novo ano, Diário, que desperta a vontade de jogar fora as coisas que incomodam, o que não nos serve mais, e vestir a roupa “nova” do que desejamos ser no próximo ano – e no resto de nossas vidas.

É quando paramos por algum tempo para reajustarmos o rumo, consultarmos bússolas e estrelas para saber se estamos no caminho certo, se não nos desviamos demais daquilo que planejamos ser quando éramos mais jovens, para verificarmos o quanto de nossos sonhos ainda estão irrealizados. Quase sempre descobrimos que estamos insatisfeitos com os caminhos que escolhemos, mas sentimos medo de dar uma guinada, de mudarmos demais o curso das coisas, pois nossas atitudes podem implicar em perdas e danos, abandonar o seguro, o certo, o confortável em troca de uma possibilidade de ser ... mas, às vezes, pode valer a pena!!!

Cada vez mais admiro a capacidade que nós, seres humanos, temos de renascer das próprias cinzas, as nossas qualidades de “Fênix”... é bem verdade que deixar-se consumir por sentimentos, e vivenciar tudo muito intensamente pode ser doloroso – mas deveria ser uma opção ... pois – e acredito nisso firmemente – é sempre preferível viver a vida a nos escondermos dela. Trata-se da opção de não beber a vida com colherinha de café.

Bem, Diário, já que você insiste TANTO eu responderei á sua pergunta. Não, Diário, não saio assim, largando coisas ao meio, desistindo de tudo diante do menor problema... muito ao contrário ... não sou covarde. Na verdade, gosto de um bom desafio, de sentir-me instigada pelo desejo de ser ou ter... mas algumas coisas e pessoas nos afetam de tal forma que tornam-se como tumores cancerígenos consumindo nossa energia – e precisam ser extirpadas para conseguirmos seguir adiante. Sempre que alguém ou alguma coisa se alimenta – no sentido negativo da palavra – de nossos sentimentos, sempre que nosso amor/ amizade/inteligência são usados para alimentar o ego de alguém, é hora de mudar ... e de usarmos nossa energia em nosso próprio benefício.

Cada vez mais percebo a necessidade de se ter a coragem de recomeçar, ou de mudar a rota quando isso se torna imperativo – mesmo nas pequenas coisas, nos pequenos vícios ... recomeçar ou mudar não significa, necessariamente, tornar-se outra pessoa a cada vez que a vida chega a um impasse ... trata-se apenas de verificar se as alegrias trazidas tornaram-se menores que as tristezas, de pesar prós e contras, e desejar sentir-se bem consigo mesmo ... é mais ou menos como escolher entre o andar se arrastando pela vida esperando que o tempo passe e a morte chegue, e o renovar votos pela vontade de viver com plenitude, respeito próprio e felicidade.

Parece estranho falar em “felicidade” não é? Parece démodé ou piegas... mas sentir-se feliz é a base de tudo o que é bom em nossas vidas. Saúde, alegria, prosperidade.... tudo de bom e positivo parece acompanhar a felicidade. O contrário também pode ser verdadeiro. Pessoas depressivas, amargas e que não conseguem mudar atraem doenças, tristezas e infortúnios.

Jung disse que só podemos mudar aquilo que aceitamos. Condenar não nos liberta – ao contrário, nos oprime. Por isso, só podemos alterar o que nos incomoda se aceitarmos aquilo que nos faz mal. Só temos o poder de transformar algo a partir do momento em que reconhecemos e aceitamos a existência do que chamarei de "fator x”, e que ele não nos serve mais. Enquanto negarmos a existência do “fator x”, ele continuará lá, nos oprimindo com suas necessidades impróprias ao nosso bem estar. Vale lembrar que o "fator x” pode estar dentro de cada um de nós também, pode ser interno ... e que aceitar nossos defeitos e nossas imperfeições é o primeiro passo para melhorarmos e encontrarmos caminhos menos turbulentos.

Pode parecer subjetivo, mas garanto que não é. Eu poderia escolher vários exemplos práticos em minha própria vida, ou entre amigos e conhecidos, que elucidariam como as pessoas permitem que as outras as façam infelizes... talvez por ser muito, mas muito mais confortável ter aquele “outro” para responsabilizar.... afinal, é duro reconhecermos que somos os únicos culpados de nossa (in) felicidade – seja por omissão, seja por medo de agirmos e nos arrependermos depois, ou por uma lista de desculpas (ou razões motivadoras) que somos capazes de criar para nos sentirmos melhores ao olharmos no espelho ... mas a única verdade é que damos poder demais ao “fator x” – seja ele um externo ou interno.

Por isso tenho o hábito de pensar minha vida em todo início de ano. É um bom momento para encarar meu "fator x”, e também os não mencionados fatores “y” e “z”. É um bom dia para traçar caminhos, e pensar o futuro. Hoje é dia de planejar e escolher... e eu escolho ser feliz. E você, Diário?? Como vai viver o resto de sua vida??

2 comentários:

Anônimo disse...

Ma,
Eu acho que nós temos essa Fenix engendrada dentro de nós. Muitas vezes nem percebemos o quanto renascemos... parece que somente nessa passagem do ano é que paramos e refletimos o quanto crescemos durante um período.
Além da Fênix, gosto da águia.
Ela supera a si mesma e vai em busca de seu alimento, tem garra em ambos os sentidos, tem força, e principalmente: TEM O CÉU POR LIMITE, ou seja o infinito horizonte a sua frente.
Parabéns pelo texto e por seu conteúdo!
Amei.
Escreva mais!!!!
bjs

Anônimo disse...

Oi, Marília. Que bom que voltou!!!!!! Estava já me sentindo abandonada sem suas postagens. Feliz Ano Novo pra você também!!! É um texto muito inspirador pro começo de um novo ano. Fiquei pensando nas minhas próprias resoluções (não são muitas, não). Que 2008 seja bom pra todos nós.